JOÃO E O PÉ DE FEIJÃO
- Augusto Carneiro
- 1 de jan. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 27 de jan. de 2019
João representa a figura do buscador, estudante, espiritualista, troca sua cabra por feijões mágicos, ou seja, substitui algo concreto por aspirações. O tio, figura do autêntico profano, aquele que só se preocupa com dinheiro, totalmente desligado do seu eu superior, o julga veementemente sobre sua escolha e o castiga.

João por sua vez, planta a semente, vê a árvore crescer e sobe até além das nuvens, enfrenta o guardião do castelo, e traz o maior tesouro que ali havia: a galinha. Ao voltar seu tio vê que ele botava ovos de ouro e percebe que poderia lucrar muito com isso, mas não satisfeito ele abre a galinha para ver o que tinha dentro e isso claramente o mata perdendo assim a possibilidade de prosperidade.
Bem, existem muitas pessoas que creem terem despertado no caminho espiritual ou por terem atingindo um alto grau de aprendizado ou condecoração dentro dum ambiente de trabalho, religioso, de estudos, enfim... caem na armadilha do Ego se envaidecendo a ponto de se sentirem com super poderes como alguns heróis e magos narrados em contos antigos. Por outro lado possuem aqueles que chegado a um certo estágio de busca acham que já sabem o bastante e encerram assim sua jornada com a sensação de que sua conquista não foi tão satisfatória assim e não percebem o real valor das vivências obtidas.
Observando esses cenários vemos que João é como essas pessoas, pois tem a ambição de conhecer e crescer cada vez mais, só que muitos não se atentam que o ápice não vai muito além da realidade que a galinha se encontra. Muitas vezes se cria uma expectativa enorme em cima de uma premiação, reconhecimento, mudança de vida e veja só, a galinha já estava em um nível ELEVADO e mesmo assim morreu normalmente como as outras mesmo tendo uma particularidade ímpar, da mesma forma que Buda morreu por conta de uma simples diarreia.
O que essa passagem nos mostra é que CONTINUAMOS A SER QUEM SOMOS independente de status, mas como uma pequena diferença... que podemos com o aprendizado adquirido oferecer oportunidades, conhecimento, transmitir experiências contando um pouco de nossas histórias, orientando em situações difíceis, ou como a alegoria nos revela, podemos ENRIQUECER aqueles que temos por perto com sabedoria e respeito acima de tudo, assim como os ovos de ouro fizeram enquanto a galinha se manteve viva, pois a partir do momento em que se feriu essa relação de respeito e empatia, as recompensas cessaram consequentemente. E dito isso, por fim, é válido ressaltar que sempre haverão pessoas como o Tio para duvidar de você, impor medo, difamar, destruir e querer tirar proveito ao máximo de bençãos pertencentes a seu suor.
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